Era sábado de manhã. Acordei. Foi um dos melhores e mais reparadores sonos que tive lembrança. Levantei, fui ao banheiro, tomei café da manhã, num estado de unidade raro de vivenciar na vida cotidiana. Peguei minha prancha e fui surfar. Estava tudo tão calmo e perfeito. Não fazia planos algum. Simplesmente fazia as coisas: escolhia o que comer, o que fazer, quando fazer, sem pensar, sem planejar, sem calcular. Entrei no mar e senti a água, molhada. O azul do céu sem nenhuma nuvem, o branco da areia da praia e o verde da vegetação pareciam me tocar. Pegava onda atrás de onda como uma criança sem compromisso. Saí do mar do mesmo estado que entrei. Peguei a prancha e comecei a caminhar para casa. Agora uma mudança. Comecei a não mais ouvir os sons da rua. O tempo, sumiu. O silêncio era ainda maior do que antes de acordar. Fui caminhando numa vagarosidade ímpar. Começo a sentir uma energia chegando ao longe. E cada vez mais perto, sinto uma energia rosa chegar. A energia me circunda, me abraça. É um amor que nunca senti antes. Aparece um Ser muito grande cor de rosa. Paro de caminhar e lágrimas correm no meu rosto no meio da calçada. Fico ali por alguns minutos. O perfume é indescritível. Aos poucos a energia vai se afastando e começo a enxugar o rosto. Pego a prancha do chão e volto a caminhar para casa. Antes de virar a última esquina minha atenção é magnetizada para um adesivo em um carro. Adesivo de Maria.
Obrigado Maria por me mostrar um amor que nunca tinha visto antes
Marcelo Fernandes de Carvalho